Selfies são os novos álbuns de família
Concertos, festivais de música, conferências sobre tecnologia e cultura pop têm mais em comum do que o facto de serem eventos de massa: são verdadeiras tentações para os fãs de selfies.
Um artigo científico reportado pela Associação Portuguesa de Festivais de Música (APORFEST) indica que existe uma relação directa entre as selfies e os eventos culturais e que este tipo de fotografia “pode ser considerada uma expressão que permite ao seu portador destacar-se e dar uma narrativa documentada da sua vida nas plataformas sociais como o Instagram”.
De acordo com o artigo “Selfies and Cultural Events: Mixed Methods for The Studys of Selfies in Context”, publicado no International Journal of Communication, as selfies são os novos álbuns de família, funcionando como fio condutor da vida de cada pessoa. A principal diferença entre ambos é o facto de que as selfies requerem feedback, ou seja, likes e comentários.
O mesmo artigo indica que as redes sociais e as suas constantes alterações e introdução de funcionalidades estão a transformar o modo como vivemos este tipo de eventos. As stories (do Instagram ou outras) são a ferramenta preferencial, ultrapassando os conteúdos mais tradicionais.
A selfie serve também para provar que se esteve em determinado festival ou conferência. Não basta tirar uma fotografia do espaço, é necessário aparecer também: “A realidade necessita de provas em virtude de vivermos mais o virtual que o mundo real, agravando-se esta questão nas novas gerações e que trará consequências futuras em termos da incorrecta apropriação e vivência da experiência ao vivo”, indica o artigo.
Origem: goo.gl/sfgWH1