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Tedx Porto

TEDx Porto Women by Cláudia Pinto

 

A Goweb proporcionou-nos a oportunidade de ir ao TEDx Porto Women no passado sábado, dia 4/11. Foi a minha primeira experiência num TEDx! 🙂

A expectativa era elevada, sabia mais ou menos o que me esperava, já que conhecia o formato dos TEDx, e também o tema deste em particular, que não é de todo estranho ao meu género feminino: os desafios, preconceitos e estereótipos que as mulheres têm de ultrapassar diariamente no mundo, muitas vezes pelo simples facto de serem mulheres!

Comigo, foi também uma colega da Goweb, estagiária na área de Web design, a Telma Dias.

Após o check-in, ofereceram-nos um ‘gift bag’, a cada uma, com um pequeno bloco, uma esferográfica e um crachá que, no verso, era um espelho (fiquei com dúvidas em relação a este objeto – seria porque estávamos num TEDx ‘Women’??).

Quando entramos no auditório, sentamos e abrimos os blocos. Havia uma questão diferente em cada bloco:

Qual foi o melhor conselho

– A questão que me saiu foi: “Qual o melhor conselho que já recebeste?” – para mim esta resposta foi fácil! Já pensei muito sobre isto, já vivi o bastante, a nível pessoal e profissional, para que essa resposta seja intrínseca, natural, embora nem sempre fácil de colocar em prática! ☺ – «Não tenhas medo de nada!»

– À Telma saiu: “Se soubesses que ficarias cega amanhã, qual seria a última coisa que querias ver? Porquê?” – resposta bem mais complicada, desde logo pela condição de cegueira, e depois, pelas tantas coisas que quereria VER, tornando a escolha muito difícil!

A Telma respondeu: ver quem mais ama! ☺

 

A primeira oradora abordou o tema das diferenças rapaz/rapariga, incutidas pela sociedade. Homens e mulheres, apesar de física e fisiologicamente diferentes, têm as mesmas capacidades intelectuais e emocionais.

Mas: as meninas são ensinadas a cuidar, os meninos a construir. As meninas são incentivadas a brincar com bonecas e os meninos com carros e jogos.
As raparigas consideram a inteligência e a competitividade atributos masculinos… (segundo um dos vários estudos que se fazem sobre esta temática). Quando perguntaram a um grupo de raparigas a que se deviam as boas notas na escola atribuíram a trabalho, esforço e estudo. Os rapazes responderam à mesma questão com: “deve-se às minhas capacidades”!

Somos nós, a Sociedade, que permite e incentiva esta forma de estar. Este tema foi o mote para refletir no nosso papel de mulheres: profissionais, mães, educadoras, colegas, amigas…

Sociedade, que maioritariamente, se foca no ensino em vez de na aprendizagem.

Avançamos então para a intervenção seguinte: o que podemos fazer para mudar o mundo?

Todos nós, homens ou mulheres, podemos mudar o que nos propusermos. Como? Começando por nós mesmos. Nada de novo. Já sabíamos isto, não é? Talvez não. Se, realmente, o soubéssemos, o mundo seria diferente.

Conhecemos o Nour Machlah, imigrante e refugiado Sírio, (não, não estavam só mulheres no TEDx Porto Women ☺) que nos falou da sua experiência cá em Portugal enquanto imigrante e arquitecto, e dos estereótipos e preconceitos que, quase todos nós, acabamos por demonstrar em alguns momentos.

Falou-se, também, de como não temos de saber tudo sobre uma coisa para dar um contributo válido, para a explorar, melhorar ou mudar. A cientista Anushka Naiknaware (de apenas 14 anos, que criou uma ligadura que avisa o seu utilizador quando precisa de ser mudada) é a prova disto mesmo: não sabia nada de feridas crónicas ou de tratamentos. Sabia que queria fazer algo para melhorar a qualidade de vida das pessoas que sofrem desta condição, em algum momento das suas vidas.

Navvab Aly, fundadora da página ‘A Preta Aly’, na qual ajuda meninas e mulheres a cuidar do seu cabelo, comoveu-nos com as dificuldades de ser mulher negra. O preconceito e o racismo que enfrenta apenas pelos seus fios de cabelo e por não se enquadrar no que se espera de uma “mulher africana”.

Aqui pensei…
«- Afinal não travo tantas lutas diárias… podiam ser mais. Sim.
Mas será certa esta forma de pensar, estarei a desligar-me da luta dela?! Esta luta também é minha! Eu posso mudar as coisas, começa por mim!»

Houve uma “talk” que me marcou, porque não saiu exatamente da boca da Sally Kohn, ex-bully e autora de ‘Hate’, o que eu esperava.

Começou por falar de bullying na escola, contra uma colega, e de como o bullying é ódio, não só para com a vítima, mas para com o próprio que o pratica. De como um pedido de desculpa não chega se não mudamos a nossa forma de pensar e sentir, realmente. E deixou a questão: o ódio que alguém sente por outra pessoa, sendo essa pessoa alguém “odioso”, é mais legítimo do que o ódio ou desprezo por alguém que não odeia esse ser “odioso”?

Exemplo (da Sally Kohn) : se odeio os nazis (e bem, porque são odiosos) devo odiar quem gosta de nazis?

Resposta: ódio é ódio, em todas as vertentes, sob todas as suas formas. Ter ódio por alguém que é considerado odioso não faz de mim uma pessoa melhor.

Foi esta questão que mais me fez, e ainda faz pensar, até que a resposta saia, de forma natural, de mim mesma.

 

Em relação à Felicidade de ser mulher, e às dificuldades que enfrentamos, diariamente, no mundo, umas mais, outras menos, são todas verdadeiras, sim, infelizmente. Mas, creio, ultrapassáveis, porque a capacidade de mudança está em nós!
Conquistamos já muito, desde há séculos, lutamos todos os dias para conquistar mais, e conquistaremos sempre!

 

Obrigada Goweb, pela oportunidade!

Obrigada Telma, pela companhia, e pela troca de confidências e experiências! ☺

 

Conheça a Cláudia Pinto.
CLÁUDIA PINTO – DIRETORA DE PRODUÇÃO
Clientes, projetos, reuniões, ‘kick-offs’, ‘timelines’, planeamento, equipas, clientes [clientes outra vez, que são o melhor do mundo! :-)] constituem o meu dia-a-dia na Goweb. Viciada em cinema, livros e decoração, adoro o que faço e sinto-me realizada sempre que um cliente diz: “Obrigado à equipa, era mesmo isto que eu queria!” 🙂

 

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