FACEBOOK E AS EMPRESAS: NECESSIDADE OU FOGO-FÁTUO? – O facebook e a optimização de actividades de marketing
– Quantas vezes já “gostou de algo” sem ler ou ver o conteúdo em profundidade?
– A quantos grupos pertence sem nunca ter interagido?
– Quantos pedidos de Questionários, Beijos, Abraços e Jogos já recebeu?
– O nível de participação dos seus fãs, seguidores e amigos é fraco?
Estas questões levantam alguns comportamentos que deram origem m a esta pequena análise que partilho convosco, enquadrada nas actividades de marketing das empresas e da construção de sites sociais.
Recentemente, uma questão interessante foi-me colocada durante o processo de levantamento de necessidades e avaliação de objetivos, na construção de uma comunidade social para uma universidade. O cliente, certo das suas necessidades, levantava a questão: “Para quê construir uma comunidade 2.0 para a minha universidade quando posso ter um grupo no Facebook?”. A ideia subjacente à construção dessa mesma comunidade era a fidelização de alunos, interface com empregadores e ex-alunos, construindo um canal de comunicação eficaz e de fidelização dentro do seu universo de actuação.
A resposta, apesar da reduzida pergunta, levanta algumas questões pertinentes e que devem ser analisadas à luz do comportamento dos utilizadores e das suas práticas de interacção social dentro no Facebook. Se por um lado o Facebook é um canal de elevada abrangência e penetração mundial, também é notório que deve ser encarado como uma âncora de cliques para gerar visitas off-site (no sentido Facebool – site original). A criação de uma identidade e presença na famosa rede social tem alguns problemas relacionados com a profusão de assuntos e actividades, algumas delas meramente lúdicas, outras até intrusivas e geradoras de spam social ( Quizzs, Social Gaming, Horóscopos, etc). Por isso, não se deve cair na tentação simplista de achar que uma página de fãs ou um grupo fará milagres pela sua actividade digital ou site principal, nem será certamente um substituto, antes um complemento de comunicação.
O elevado grau de participantes e o incontável grau de actividades faz com que o relacionamento seja instantâneo e efémero, uma espécie de simpatia por impulso: “Gostas disto? Eu também”.
A geração de estratégias de fidelização passa pela utilização desses canais como meios de divulgação, mas tendo em conta que a construção da identidade primária seja o site sobre o qual a empresa se desenvolve na web. A simpatia ou popularidade por impulso, mas sem actividade real, é uma constante em páginas e grupos, nos quais se podem ver milhares de utilizadores que aderem ( de forma quase inconsciente e impulsiva ) mas que pouco ou nada participam nessas mesmas micro-comunidades temáticas.
É fácil para qualquer um criar um grupo de assunto ou tema actual, e angariar milhares de seguidores. A mesma coisa já não se poderá dizer sobre a participação desejável desses mesmos clientes, agora transformados em fãs, no processo de construção da marca. Por isso, a resposta à pergunta do meu ilustre cliente é: “Podia ter apenas um grupo no Facebook em vez de uma comunidade social? Podia, mas não era a mesma coisa.”
Em suma: não conte apenas com o Facebook para as Estratégias de Marketing da sua empresa. Encare-o apenas como um excelente e complementar canal de comunicação social. Caso contrário, a sua marca poderá muito bem passar desapercebida no meio de tanta actividade.